A Páscoa significa libertação, nova vida
Lembrando os significados que a páscoa tem dentro do contexto escriturístico.(Êxodo 12:1-36).
Os judeus passaram então a celebrar a Páscoa (Pessah) comemorando a saída do Egito, a passagem para a liberdade.
A partir de Jesus, essa celebração foi substituída pela Ceia do Senhor, com o pão e o vinho, em Sua memória. Não mais para relembrarmos a saída do Egito, mas para estarmos sempre nos lembrando da liberdade que nEle há, da Sua morte e ressurreição. A passagem de uma vida, para uma vida vivida em "novidade de vida".
A Páscoa significa libertação. A Páscoa surge como a festa que marcava o fim da opressão escravizadora de Faraó sobre o povo hebreu. Porque Deus quis ensinar que o sacrifício expiatório, a fé e a nossa obediência precedem a plena libertação, afinal, Israel não estava sendo liberto apenas do Egito, mas também do Anjo da Morte. E isto implica que a libertação espiritual sempre precede a física. Se o sangue do cordeiro não fosse derramado e aspergido sob os umbrais da casa, o povo de Israel teria sido destruído pelo Anjo. A libertação da páscoa reveste-se, portanto, de um caráter interior, por mostrar a necessidade pessoal de libertação por meio da substituição. E um caráter prospectivo, porque profetizava a libertação antes dela acontecer e prenunciava a obra messiânica de Cristo.
Neste sentido, a Páscoa devia ser celebrado por nós com profunda reverência e festa, afinal, Cristo é a nossa Páscoa. Sua vida foi posta como cordeiro que sendo morto derramou seu sangue em favor de muitos. A nossa libertação espiritual plena foi conquistada por Cristo, a nossa Páscoa. João Batista chamou Jesus de "cordeiro de Deus" que tira o pecado do mundo (cf. Jo 1.29). O apóstolo Paulo disse que ele é a nossa páscoa (1Co 5:7), e Ele mesmo prometeu a libertação a todos quantos crerem nEle (cf. Jo 8:32-36 e Mt 11:28).
A lei dizia que o cordeiro teria que ser sem defeito algum, senão, ele não poderia ser sacrificado ao Senhor (cf. Dt 15:21). Jesus foi achado sem defeito diante de todos depois de profundo exame e só depois foi crucificado.
Tendo em vista que o sacrifício do cordeiro pascoal era suficiente para justificar os hebreus diante do destruidor, o sacrifício de Cristo também foi suficiente para justificar o homem diante de Deus contemplando a justiça divina.
Páscoa é a celebração da Nova Vida. "E disse-lhes: Desejei muito comer convosco esta páscoa, antes que padeça; porque vos digo que não a comerei mais até que ela se cumpra no reino de Deus e, tomando o cálice, e havendo dado graças, disse: Tomai-o, e reparti-o entre vós; porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus e, tomando o pão, e havendo dado graças, partiu-o, e deu aos seus amigos, dizendo: Isto é o meu corpo, que por vós é dado; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente, tomou o cálice, depois da ceia, dizendo: Este cálice é o novo testamento no meu sangue, que é derramado por vós." (Lc 22: 15- 20).
Neste episódio, ocorrido pouco antes da prisão e morte de Jesus, Ele introduz naturalmente a Ceia como substituta da festa pascoal do Antigo Testamento. Se observarmos, esta evidente que o Senhor não terminou a refeição pascoal antes de instituir a Ceia, antes, a ceia está intimamente ligada à refeição pascal. O pão que era comido com o cordeiro na páscoa foi consagrado para um novo uso pelo Senhor. Desta forma percebemos que a Páscoa vestiu-se de um novo significado na última ceia instituída por Jesus.
Ademais, os sacrifícios pascoais tinham significado simbólico e apontavam para Cristo que haveria de ser apresentado em sacrifício para envergonhar a morte.
Jamais deveremos esquecer o significado da páscoa e que foi por isto que Jesus nos ensinou a Cear com a seguinte admoestação, "... fazei isto... em memória minha...".
A memória deste acontecimento nos permite gozar da certeza da libertação do pecado, da morte e da miséria interior na qual estávamos condenados a aceitar, e nos permite olhar para o futuro com esperança, já que cada vez que ceamos "anunciamos a vida, morte, ressurreição e ascensão do Senhor até que ele venha". (I Co 11.26).
A nossa celebração da ceia pascal de Cristo, tão como foi a primeira celebração da páscoa pelos Hebreus, prenuncia que Cristo é a passagem da velha vida para uma nova vida. Hoje em Cristo, estamos comemorando, anunciando e proclamando que ele virá estabelecer definitivamente o seu Reino, e até lá, nós como igreja peregrina participamos com a ajuda do Espírito Santo da "transformação dos reinos deste mundo no Reino de nosso Senhor Jesus Cristo".
Vivamos em nossos corações esta a Páscoa!
Maranata! Vem Senhor Jesus!